Viagem em submarino que desapareceu exige que tripulantes assinem termo por “risco de morte” e outros danos

Trajeto estava previsto para durar 10 dias e custou US$ 250 mil por pessoa

Titanic

Nesta segunda-feira (19), a Guarda Costeira de Boston confirmou que um submarino que levava turistas para ver os destroços do Titanic desapareceu no Oceano Atlântico. Segundo uma reportagem exibida pela CBS no início deste ano, a viagem estava prevista para durar 10 dias e exigia que cada tripulante assinasse um termo sobre “risco de morte”.

A “Expedição Titanic”, coordenada pela OceanGate, começou em 2021 e custou cerca de US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão na cotação atual), incluindo um treinamento pra equipe. O trajeto começa na costa de Newfoundland, no Canadá, e segue por 600 km dentro do Oceano Atlântico. Quando chega ao local, o submarino leva cerca de oito horas para realizar o passeio até os destroços, que ficam a uma profundidade de 3.800 metros.

Segundo o repórter David Pogue, que fez a viagem em novembro passado, os termos incluem a informação de que o trajeto é realizado em “um submersível experimental, que não foi aprovado nem certificado por nenhum órgão regulador e pode resultar em danos físicos, psicológicos, ou morte”. Apesar disso, ainda não é certo se os tripulantes que desapareceram assinaram algum documento.

Enquanto isso, na mesma reportagem o presidente da empresa, Stockton Rush, afirmou só quem paga pela viagem são os “apaixonados pela história do Titanic ou pessoas muito ricas”.

Submarino desapareceu enquanto visitava destroços do Titanic. (Foto: NOAA; Reprodução/Instagram)

De acordo com as autoridades, que já iniciaram uma operação de busca e resgate, cinco pessoas estavam a bordo do submarino. Hamish Harding foi um dos identificados. Há três dias, o bilionário inglês publicou um texto comemorando o início da viagem.

O segundo confirmado é o especialista do naufrágio do Titanic, Paul-Henry Nargeolet, que já liderou cerca de 30 viagens ao navio histórico. O empresário paquistanês e seu filho, Shahzada e Sulaiman Dawood, também estão entre os tripulantes, de acordo com um comunicado divulgado pela família.

“Até agora, o contato foi perdido com sua embarcação submersível e há informações limitadas disponíveis. Um esforço de resgate que está sendo liderado em conjunto por várias agências governamentais e empresas de águas profundas está em andamento para restabelecer o contato com o submersível e trazê-los de volta com segurança”, informou o texto.

Continua depois da Publicidade

O contra-almirante John Mauger acredita que as cinco pessoas têm entre 70 e 96 horas restantes antes que o oxigênio acabe dentro da embarcação. “Estamos fazendo tudo o que podemos para garantir que possamos localizar e resgatar aqueles a bordo”, disse Mauger em uma coletiva de imprensa. “É uma área remota e é um desafio conduzir uma busca nessa área, mas estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo”, acrescentou.

Já nesta terça-feira (20), David Pogue revelou à BBC mais detalhes sobre o submarino que desapareceu. O jornalista descreveu sua experiência, revelou como o submersível é controlado e opinou se existe a possibilidade de um resgate ser feito. Segundo ele, tanto o GPS quanto o rádio não funcionam debaixo d’água, o que implica qualquer tentativa de contato com a embarcação Clique aqui para saber tudo.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques